Nossa convidada de hoje, Denise Trindade, apresentou um percurso da relação da fotografia, ou melhor, do fotográfico, com a arte contemporânea.
Três textos foram apresentados como referência ao debate:
BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia. In: Magia e Técnica, Arte e Política. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
[link para texto completo aqui no blog, na coluna da direita]
DUBOIS, Philippe. A arte é (tornou-se) fotográfica? Pequeno percurso das relações entre a arte contemporânea e a fotografia no século XX. In: O ato fotográfico e outros ensaios. Campinas, SP: Papirus, 1994. (Coleção ofício de arte e forma).
[Aqui, link para o capítulo]
KRAUSS, Rosalind. Marcel Duchamp ou o campo imaginário. In: O Fotográfico. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2002.
[Aqui o capitulo do livro]
[Aqui, link para baixar somente o texto, em word]
Denise nos apresentou sua reflexão sobre o tema por meio de uma série de trabalhos de diferentes artistas.
Marcel Duchamp. O Grande Vidro. 1912 a 1923 |
Élevage de Poussières (Criação de Poeira). Man Ray e Duchamp. 1920 |
A partir do conceito de 'insconsciente óptico' e da 'aura' e a questão do tempo, em Walter Benjamin, podemos refletir sobre a impressão e a apreensão do tempo nestas duas obras (Duchamp e Man Ray), configurando o que podemos identificar como o "fotográfico".
Sobre Duchamp, ver: CABANNE, Pierre. Macel Duchamp. Engenheiro do tempo perdido. (Entrevistas com Pierre Cabanne). Lisboa: Assírio e Alvim, 1990.
Jovem triste em um trem. Marcel Duchamp. 1911. |
Nude descending a staircase, no. 2. Marcel Duchamp. 1912. |
Estas pinturas de Duchamp têm uma clara referência no trabalho do fisiologista Marey, que estudava a decomposição do movimento.
Man Walking. Étienne-Jules Marey. 1890-91. |
Referenciada na discussão apresentada por Dubois sobre um "mundo fixo" e um "mundo da flutuação", Denise nos apresentou fotografias de Aleksandr Rodchenko relacionando-as a trabalhos de Kazimir Malevich.
At the Telephone (No telefone). Rodchenko, 1928. |
Concert during work break. Rodchenko. |
Composição de Malevich. |
Pollock, Rauschenberg, Warhol, Vik Muniz... todos estes artistas também têm em sua obra um forte traço referencial na fotografia e no "fotográfico" (cf. Dubois e Krauss), onde podemos experienciar o tempo, a marca, a impressão, o deslocamento, a perspectiva não monocular.
Portrait - Marilyn Monroe. Andy Warhol. |
Eight Elvises. Andy Warhol. 1963. |
O trabalho de Yves Klein, em que mulheres são pintadas e "impressas" na tela é um exemplo também marcante da presença do fotográfico na arte.
Anthropométrie de l'époque bleue (ANT 82). 1960. 156,5 x 282,5 cm. |
Yves Klein. Untitled Anthropometry. |
Também encontramos o "fotográfico" como referencial nos trabalhos do artista Hiroshi Sugimoto.
Os cinemas fotografados em um longo tempo de exposição (o mesmo do filme) - Theater
Personagens do museu de cera que parecem mais reais do que o real - Portraits
Paisagens do mar, em que o horizonte céu-água se dissolvem um no outro - Seascapes
Budas que se multiplicam ao infinito - Sea of Buddhas
Sea of Buddhas. Hiroshi Sugimoto, 1995. |
Neste video podemos ver o trabalho de Sugimoto:
Segue, ainda como referência o filme de Júlia Murat, "Histórias Que Só Existem Quando Lembradas" (2011).
Podemos assistir o filme on line neste site:
http://filmeonlinetocadoscinefilos.blogspot.com.br/2013/08/historias-que-so-existem-quando.html
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