terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Fotográfico e a Arte Contemporânea, por Denise Trindade


















Nossa convidada de hoje, Denise Trindade, apresentou um percurso da relação da fotografia, ou melhor, do fotográfico, com a arte contemporânea.

Três textos foram apresentados como referência ao debate:

BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia. In: Magia e Técnica, Arte e Política. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

[link para texto completo aqui no blog, na coluna da direita]

DUBOIS, Philippe. A arte é (tornou-se) fotográfica? Pequeno percurso das relações entre a arte contemporânea e a fotografia no século XX. In: O ato fotográfico e outros ensaios. Campinas, SP: Papirus, 1994. (Coleção ofício de arte e forma).

[Aqui, link para o capítulo]

KRAUSS, Rosalind. Marcel Duchamp ou o campo imaginário. In: O Fotográfico. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2002.

[Aqui o capitulo do livro]

[Aqui, link para baixar somente o texto, em word]


Denise nos apresentou sua reflexão sobre o tema por meio de uma série de trabalhos de diferentes artistas.

Marcel Duchamp. O Grande Vidro. 1912 a 1923


Élevage de Poussières (Criação de Poeira). Man Ray e Duchamp. 1920

A partir do conceito de 'insconsciente óptico' e da 'aura' e a questão do tempo, em Walter Benjamin, podemos refletir sobre a impressão e a apreensão do tempo nestas duas obras (Duchamp e Man Ray), configurando o que podemos identificar como o "fotográfico".

Sobre Duchamp, ver: CABANNE, Pierre. Macel Duchamp. Engenheiro do tempo perdido. (Entrevistas com Pierre Cabanne). Lisboa: Assírio e Alvim, 1990.

Jovem triste em um trem. Marcel Duchamp. 1911.


Nude descending a staircase, no. 2. Marcel Duchamp. 1912.

Estas pinturas de Duchamp têm uma clara referência no trabalho do fisiologista Marey, que estudava a decomposição do movimento.


Man Walking. Étienne-Jules Marey. 1890-91.

Referenciada na discussão apresentada por Dubois sobre um "mundo fixo" e um "mundo da flutuação", Denise nos apresentou fotografias de Aleksandr Rodchenko  relacionando-as a trabalhos de Kazimir Malevich.

At the Telephone (No telefone).  Rodchenko, 1928. 
Concert during work break. Rodchenko.
Composição de Malevich.

Pollock, Rauschenberg, Warhol, Vik Muniz...  todos estes artistas também têm em sua obra um forte traço referencial na fotografia e no "fotográfico" (cf. Dubois e Krauss), onde podemos experienciar o tempo, a marca, a impressão, o deslocamento, a perspectiva não monocular.

Portrait - Marilyn Monroe. Andy Warhol.

Eight Elvises. Andy Warhol. 1963.


O trabalho de Yves Klein, em que mulheres são pintadas e "impressas" na tela é um exemplo também marcante da presença do fotográfico na arte.


Anthropométrie de l'époque bleue (ANT 82). 1960. 156,5 x 282,5 cm.



Yves Klein. Untitled Anthropometry.


Também encontramos o "fotográfico" como referencial nos trabalhos do artista Hiroshi Sugimoto.
Os cinemas fotografados em um longo tempo de exposição (o mesmo do filme) - Theater 
Personagens do museu de cera que parecem mais reais do que o real - Portraits 
Paisagens do mar, em que o horizonte céu-água se dissolvem um no outro - Seascapes 
Budas que se multiplicam ao infinito - Sea of Buddhas

Sea of Buddhas. Hiroshi Sugimoto, 1995.

Neste video podemos ver o trabalho de Sugimoto:



Segue, ainda como referência o filme de Júlia Murat, "Histórias Que Só  Existem Quando Lembradas" (2011).

Podemos assistir o filme on line neste site:

http://filmeonlinetocadoscinefilos.blogspot.com.br/2013/08/historias-que-so-existem-quando.html






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